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Sobre o manjericão: uma cultivar potencial

  • Foto do escritor: Maurício Jampani de Souza
    Maurício Jampani de Souza
  • 30 de mai. de 2022
  • 2 min de leitura

Autor: Maurício Jampani de Souza


(Imagem: AnVyChicago)


Introdução

Antes de falar sobre a cultivar em específico, é importante que esse conceito seja comentado, uma vez que está estritamente ligado ao melhoramento de plantas.

Um cultivar é uma variedade de algum gênero ou espécie vegetal que seja distinguível de outras cultivares conhecidas (BRASIL, 1997). Em outras palavras, cultivar é uma variedade diferente de uma espécie vegetal, sendo destinada majoritariamente à produção agrícola. Tais variedades são frutos de programas de melhoramento genético, que são responsáveis por desenvolver plantas com características fenotípicas economicamente mais favoráveis (EMBRAPA, 2020).

Agora comentando sobre o manjericão, denominado cientificamente como Ocimum basilicum L.: é uma planta introduzida no Brasil pelas colônias vindas da Itália, originária da Ásia tropical. Essa espécie apresenta um aroma bastante característico, podendo ser consumido tanto in natura quanto por meio de chás e decocções (GRANDI, 2014).

Sua composição química é bastante diversa, sendo possível citar um componente chamado de linalol, um metabólito secundário, ou seja, que não é vital para a planta, mas que é produzida por tal para outros fins. Na indústria farmacêutica esse composto é utilizado majoritariamente como fixador de fragrâncias, e na medicina popular, esse químico apresenta propriedades variadas, sendo elas: analgésica, anti-inflamatória, sedativa, vasorrelaxante, atividade antimicrobiana e mais (CAMARGO; VASCONCELOS, 2014).


Especificando o cultivar

O cultivar do manjericão em questão, denominado “Maria Bonita” é proveniente de um acesso, que em outras palavras é a nomenclatura da variedade que foi trabalhada, chamado de PI 197442 proveniente do germoplasma “North Central Regional PI Station”, localizado em Iowa State University, EUA. Esse acesso gera uma planta com as pétalas rosáceas e as sépalas, folhas que se localizam logo abaixo das pétalas, de cor roxa (BLANK; SOUZA; ARRIGONI-BLANK; PAULA; ALVES, 2007).

Para que a cultivar se estabelecesse, foram realizadas autofecundações por três gerações. A fim de garantir a autofecundação, as plantas foram cobertas por telas que impediram a interação com potenciais insetos polinizadores. Além disso, durante as primeiras gerações foram selecionadas as plantas que produziram maior teor e rendimento de óleos essenciais, além de um maior teor de linalol. Assim, as sementes da última geração, originadas pelas primeiras gerações, se tornaram o cultivar PI 197442-S3-bulk 5 – 'Maria Bonita’ , mais produtivas e uniformizadas (BLANK; SOUZA; ARRIGONI-BLANK; PAULA; ALVES, 2007).


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:


BLANK, Arie Fitzgerald; SOUZA, Evanildes Menezes de; ARRIGONI-BLANK, Maria de Fátima; PAULA, José Welton Azevedo de; ALVES, Péricles Barreto. Novas Cultivares: maria bonita: cultivar de manjericão tipo linalol. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 12, n. 42, p. 1811-1813, dez. 2007.


BRASIL. Lei Nº. 11.241, de 25 de abril de 1997.

Institui a Lei de Proteção de Cultivares e dá outras providências. Lex: coletânea de legislação: edição federal, Brasília, DF, v. 4, p. 2064, 1997. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9456.htm>. Acesso em: 23/03/2022.


CAMARGO, Samuel Barbosa; VASCONCELOS, Darizy Flavia Silva Amorim de. Atividades biológicas de Linalol: conceitos atuais e possibilidades futuras deste monoterpeno. Revista de Ciências Médicas e Biológicas, Salvador, v. 3, n. 13, p. 381-387, 10 mar. 2014. Semestral. Disponível em: <https://periodicos.ufba.br/index.php/cmbio/article/view/12949>. Acesso em: 26 mar. 2022.


EMBRAPA. A importância das cultivares para a agricultura. Disponível em: <https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/51293131/artigo---a-importancia-das-cultivares-para-a-agricultura>. Acesso em: 03 abr. 2022.


GRANDI, T. S. M. Tratado das plantas medicinais [recurso eletrônico]. 1. ed. Belo Horizonte: Adaequatio Estúdio, 2014.


 
 
 

1 Comment


Anna Beatriz Souza
Anna Beatriz Souza
May 31, 2022

Muito interessante!!

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